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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou sem vacinas da covid-19 para entrega imediata, após cerca de 1/3 do lote adquirido da farmacêutica Moderna perder a validade no estoque do Ministério da Saúde. De acordo com apuração da Folha de S.Paulo, todas as vacinas restantes em estoque estão vencidas. O Ministério da Saúde, liderado por Nísia Trindade, reconheceu que há escassez de vacinas nos estados e municípios, especialmente para o público infantil. O contrato com a Moderna previa a compra de 12,5 milhões de doses adaptadas à variante XBB, no valor de R$ 725 milhões. No entanto, cerca de 4,2 milhões de vacinas ficaram no estoque, e 1,2 milhão foram recolhidas pela Moderna para troca por lotes com validade maior. O problema com os imunizantes surgiu devido à entrega de vacinas com prazo de validade menor do que o previsto no contrato. O Ministério solicitou a substituição dessas vacinas em agosto, mas ainda aguarda a chegada das novas doses, que devem estar disponíveis apenas em dezembro, adaptadas à cepa JN.1. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no final de setembro a importação de 1,2 milhão de doses para substituir parte dos lotes recolhidos, mas essas vacinas ainda precisam passar por controles de qualidade antes de serem distribuídas ao Sistema Único de Saúde (SUS). O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, atribuiu o desabastecimento a problemas no armazenamento e à circulação de notícias falsas que prejudicam a adesão à vacinação. Segundo Gatti, o governo tem recursos e planejamento, mas depende de várias etapas para garantir o abastecimento. A distribuição das vacinas da Moderna diminuiu drasticamente desde o início das entregas em maio, quando 3,55 milhões de doses foram distribuídas. Esse número caiu para 550 mil em setembro. Até agora, apenas 3,1 milhões de vacinas da Moderna foram aplicadas, menos da metade do total entregue.