Em editorial publicado neste sábado (26), O Estado de S. Paulo afirmou que a nota divulgada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em resposta às críticas da revista The Economist, está “repleta de falácias”. O jornal também opinou que o ministro “faria melhor se optasse pelo silêncio”.
O Estadão destacou que a manifestação de Barroso foi “eivada de diversionismos, sofismas e até inverdades” e considerou que, ao tentar desmentir os fatos apontados pela revista britânica, o ministro acabou por ratificá-los. "Tentou desmoralizar a revista, mas acabou desmoralizando a si e à Corte que preside", criticou o jornal.
Entre os pontos abordados, o editorial cita a afirmação de Barroso de que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 estão sendo processados com respeito ao “devido processo legal”. O jornal, no entanto, contestou: “Essas pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, nem sequer deveriam estar sendo julgadas pelo STF. Se estão, é porque a Corte alterou casuisticamente sua própria jurisprudência sobre regras constitucionais, como a do foro privilegiado.”
O Estadão também respaldou as críticas feitas pela The Economist à atuação do ministro Alexandre de Moraes, classificando como “censura” a derrubada de contas de apoiadores de Bolsonaro na rede social X. Em sua defesa, Barroso alegou que se tratou apenas da “remoção de conteúdo”.
O embate entre Barroso e veículos de imprensa estrangeiros e nacionais ocorre em meio ao crescente debate sobre liberdade de expressão, limites de atuação do Judiciário e a condução dos processos relacionados aos atos antidemocráticos no Brasil.
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