A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o governo federal poderá utilizar recursos públicos para ressarcir aposentados e pensionistas do INSS prejudicados por descontos indevidos, caso os valores recuperados de bens bloqueados não sejam suficientes.
A declaração foi feita durante coletiva nesta quinta-feira (8), em meio às investigações sobre fraudes que teriam ocorrido entre 2019 e 2024. Estima-se que os descontos indevidos em benefícios somem cerca de R$ 6,3 bilhões.
O escândalo, que ficou conhecido como "Farra do INSS" ou "Aposentão", envolveu descontos irregulares, sem autorização, nos benefícios de aposentados e pensionistas, acarretando um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões no período de 2019 a 2024.
Entre as entidades investigadas está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como diretor vice-presidente. O Sindnapi foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal em abril de 2025, no âmbito da "Operação Sem Desconto", que apura um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em benefícios do INSS.
Apesar das investigações, até o momento não há informações públicas sobre punições aplicadas aos responsáveis pelas fraudes. A falta de responsabilização efetiva tem gerado críticas de diversos setores da sociedade, que cobram medidas mais rigorosas contra os envolvidos no esquema.
A operação foi deflagrada em abril de 2025, com cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. Entre as medidas, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado, e seis mandados de prisão foram expedidos, resultando em três detenções até o momento. A Polícia Federal recuperou cerca de um bilhão de reais em bens e valores.
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