O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, convidou o ministro Alexandre de Moraes, nesta segunda-feira (10), para participar da reunião com advogado Pedro Vaca Villareal, relator especial para a liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA).
O encontro, que ocorre com o intuito de analisar em que pé está a liberdade de expressão no Brasil, ocorreu na sede do STF, em Brasília.
Relator da CIDH ouve ministros do STF e analisa liberdade de expressão no Brasil Foto: Antonio Augusto/STF
Pedro Vaca saiu sem falar com a imprensa. Já o STF divulgou nota relatando que Barroso apresentou um cenário brasileiro no qual acontecimentos recentes colocaram em risco a institucionalidade, o que fez necessária uma atuação mais enérgica por parte da Suprema Corte.
O ministro citou discursos proferidos por parlamentares defendendo agressões a ministros do STF, ataques às instituições e até incitação para golpe de Estado. Para Barroso, essas ocorrências culminaram no 8 de janeiro de 2023, quando prédios dos Três Poderes sofreram depredações.
O magistrado também colocou para Pedro Vaca a existência de um plano para matar o presidente da República, seu vice e um ministro do STF.
Leia a nota do STF na íntegra:
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e o ministro Alexandre de Moraes receberam nesta segunda-feira (10) o relator especial para liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pedro Vaca.O ministro Barroso iniciou a reunião contextualizando o conjunto de fatos ocorridos no país que colocou em risco a institucionalidade e exigiu a firme atuação do Supremo. Entre estes fatos estavam incluídos discurso de parlamentar que defendia a agressão a ministros do Supremo, juntamente com inúmeras ofensas, e situações de risco democrático, como a politização das Forças Armadas, os ataques às instituições, além do incentivo a acampamentos que clamavam por golpe de Estado. Esse conjunto de fatos resultou nas invasões dos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.O ministro Barroso descreveu ainda que, de acordo com a imprensa, novas investigações teriam revelado uma avançada articulação de golpe de Estado, inclusive com planejamento da morte do presidente da República, do vice-presidente e de um ministro do Supremo.Também participou da reunião o ministro Alexandre de Moraes, a convite do presidente. O ministro Alexandre expôs o contexto de todas as investigações e narrou, detalhadamente, as circunstâncias que levaram à suspensão da rede social X, após descumprimento reiterado de decisões do Supremo e retirada dos representantes no Brasil.O ministro Alexandre expôs ainda que cerca de 1.900 pessoas foram denunciadas após os ataques de 8 de janeiro e que, atualmente, 28 investigados têm perfis em redes sociais bloqueados por ordem do STF – oito no inquérito que apura ameaças ao STF, 10 no inquérito dos atos antidemocráticos e 10 no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado.Entre as pessoas denunciadas, cerca de 450 foram condenadas, e cerca de 600 acordos de não persecução penal foram firmados, no caso de crimes menos graves.O ministro Alexandre de Moraes esclareceu ainda que, ao longo dos últimos cinco anos, cerca de 120 perfis foram bloqueados, desfazendo a narrativa de um quadro generalizado de remoção de perfis. Em todos esses casos, houve acompanhamento da Procuradoria-Geral da República e das defesas, tendo havido mais de 70 recursos julgados em colegiado. Ou seja, em nenhum caso, os processos foram de natureza secreta para as partes envolvidas.A reunião transcorreu em clima cordial, e o presidente ressaltou que tudo no Supremo é feito com absoluta transparência e colocou-se à disposição para qualquer esclarecimento superveniente necessário.
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MS Conservador
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