MS Conservador - Seu Portal de Notícias e Informações Relevantes

Segunda-feira, 29 de Setembro de 2025

Política

Globo, Folha e Estadão se calam sobre Vaza Toga e evitam expor abusos de Moraes

Segundo as conversas vazadas, servidores do TSE, à época presidido por Moraes, realizaram levantamentos em redes sociais de manifestantes presos em frente a quartéis, com o objetivo de embasar juridicamente suas detenções.

Redação
Por Redação
/ 154 acessos
Globo, Folha e Estadão se calam sobre Vaza Toga e evitam expor abusos de Moraes
IMPRIMIR
Espaço para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

Internautas questionam falta de matérias relacionadas ao “Vaza Jato Parte 2” em principais jornais do país.

Os principais jornais do país — Globo, Folha de S.Paulo e Estadão — seguem em silêncio sobre as novas mensagens vazadas que apontam a existência de uma força-tarefa informal comandada por Alexandre de Moraes para investigar presos dos atos de 8 de janeiro.

A denúncia foi publicada nesta segunda-feira (5) pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira no site Civilization Works, do americano Michael Shellenberger, e repercutida pela Gazeta do Povo. O material revela que assessores de Moraes, usando estrutura do TSE, criaram grupos no WhatsApp para vasculhar redes sociais de manifestantes e produzir “certidões” que justificavam manter pessoas presas, muitas vezes sem qualquer ato violento ou presença nos ataques em Brasília.

Leia Também:

Mesmo com a gravidade das informações, Globo, Folha e Estadão ainda não deram uma linha sobre o caso. Nas redes sociais, internautas criticam o silêncio da velha imprensa e acusam os veículos de omissão proposital para proteger Moraes e o STF.

Enquanto isso, o caso, apelidado de “Vaza Toga – Parte 2”, segue ganhando repercussão fora da grande mídia.

Entenda conforme matéria divulgada pela Gazeta do Povo:

Novas mensagens de assessores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reveladas nesta segunda-feira (5), sugerem que a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria sido usada como uma espécie de central de inteligência para investigar manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A apuração, divulgada no site da organização Civilization Works, do jornalista americano Michael Shellenberger, foi conduzida pelos jornalistas David Ágape e Eli Vieira no âmbito da série denominada “Vaza Toga”.

Segundo as conversas vazadas, servidores do TSE, à época presidido por Moraes, realizaram levantamentos em redes sociais de manifestantes presos em frente a quartéis, com o objetivo de embasar juridicamente suas detenções. Os dados sugerem que a força-tarefa teria operado de maneira informal, muitas vezes à margem dos procedimentos institucionais.

“Certidões” informais e atuação fora dos canais oficiais

As mensagens revelam a criação de uma força-tarefa coordenada diretamente do gabinete de Moraes, envolvendo funcionários do STF e do TSE, que se comunicavam por meio de grupos de WhatsApp e elaboravam “certidões” com base em postagens nas redes sociais. Essas certidões, segundo a reportagem da Gazeta do Povo, eram utilizadas para classificar os detidos como suspeitos e justificar suas prisões, sem que tais documentos fossem submetidos a promotores ou advogados de defesa.

Ainda conforme a apuração, a equipe chegou a recrutar ativistas, universidades e agências de checagem para se infiltrar em grupos privados de Telegram e WhatsApp, numa operação autorizada, conforme os jornalistas, via e-mails enviados à conta pessoal de Moraes, fora dos canais institucionais.

A força-tarefa era liderada por Cristina Yukiko Kusahara, chefe de gabinete de Moraes no STF, que criou e gerenciava o grupo de WhatsApp usado pela equipe. Um dos integrantes, Eduardo Tagliaferro – então chefe da Unidade de Combate à Desinformação do TSE – revelou que recebia ordens pelo aplicativo para elaborar relatórios sobre alvos previamente definidos.

Entre os demais envolvidos estavam o juiz auxiliar Marco Antônio Martins Vargas, no TSE, e Airton Vieira, assessor judicial do STF responsável pelas audiências de custódia. Mais de 1,4 mil perfis digitais de detidos foram vasculhados, com base em qualquer vestígio disponível nas redes.

Improviso, ritmo acelerado e falta de formalidade

De acordo com as mensagens, o trabalho da equipe era realizado de forma improvisada, com emissão e reemissão de certidões em questão de minutos, muitas vezes sem explicação. Em um dos áudios revelados, um policial federal pede sigilo sobre uma lista de detidos, enviada sem cadeia de custódia formal, alegando que os dados eram “muito procurados”.

Após identificar nomes e rostos, a equipe analisava postagens em plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, YouTube, Telegram e Gettr. A simples associação com protestos, críticas ao STF ou ao presidente Lula, participação em grupos, retuítes e denúncias anônimas já poderiam gerar uma “certidão positiva”.

Muitos dos detidos jamais entraram nos prédios públicos em Brasília. Um caminhoneiro, por exemplo, foi preso apenas por postar críticas a Lula no Facebook, após acampar diante do Quartel-General do Exército. Ele ficou preso por quase um ano. Outro homem foi detido por publicar: “Fazer cumprir a Constituição não é golpe”. Um vendedor ambulante, que nem participou dos atos e foi ao local apenas à noite para vender bandeiras, também acabou preso.

Discordância da PGR e negativa de Moraes

Em um trecho das conversas, Cristina Kusahara afirma que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia solicitado liberdade provisória a um grupo de detidos, mas que Moraes se recusou a conceder até que suas redes sociais fossem vasculhadas.

“A PGR pediu a LP (liberdade provisória) deles, mas o ministro não quer soltar sem antes a gente ver nas redes se tem alguma coisa”, escreveu ela.

Comentários:
Redação

Publicado por:

Redação

Saiba Mais