O café moído disparou de preço e se tornou o vilão da inflação no Brasil no último ano. Segundo dados do IBGE divulgados na sexta-feira (9), o produto subiu 80,2% nos 12 meses até abril, liderando os aumentos no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial da inflação.
Essa foi a maior alta do café desde a criação do Plano Real, em 1994. O recorde anterior, de 85,5%, ainda inclui um período antes da nova moeda entrar em circulação. O principal motivo para o encarecimento, segundo analistas, é a combinação de estoques baixos e problemas climáticos que afetaram a produção.
A alta foi sentida em todo o país. Em Porto Alegre, o preço do café moído subiu 99,4%. Goiânia ficou logo atrás, com 97%. Em São Paulo, a variação foi menor, mas ainda expressiva: 65,3%.
O impacto também foi forte só em abril: o café moído subiu 4,48% no mês. Em março, já havia aumentado 8,14%. A sequência de reajustes faz o item pesar cada vez mais no bolso de quem vai ao supermercado.
Além de encarecer o café da manhã, o produto também foi o maior responsável pela alta do grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso na composição do IPCA.
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