O caso que envolve o ex-assessor internacional do governo Bolsonaro, Filipe G. Martins, ganhou um novo e grave capítulo nos últimos dias — e, curiosamente, passou despercebido pelos principais veículos de comunicação do país, especialmente pela Rede Globo e seu principal telejornal, o Jornal Nacional.
Martins, que foi preso preventivamente por cerca de seis meses no âmbito da operação Tempus Veritatis — acusado de participar da elaboração da chamada “minuta do golpe” —, teve sua prisão justificada, em parte, por um suposto registro de entrada nos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022, data em que o ex-presidente Jair Bolsonaro viajou ao país. Esse registro foi apresentado como indício de fuga e usado para embasar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter Filipe preso.
No entanto, o governo dos Estados Unidos confirmou oficialmente que esse registro é falso. De acordo com o órgão responsável pelo controle migratório americano (Customs and Border Protection – CBP), Martins nunca entrou no país naquela data. Mais que isso: o documento teria sido inserido de forma incorreta ou fraudulenta no sistema, levantando sérias dúvidas sobre a legalidade da prisão e sobre a condução do processo no Brasil.
A revelação, feita há mais de 48 horas, é explosiva: trata-se de uma prova que desmonta parte da acusação usada contra Filipe Martins e indica que um brasileiro pode ter sido mantido preso com base em um documento falsificado. Mesmo assim, a Rede Globo optou pelo silêncio. Nenhuma reportagem sobre a confirmação oficial do governo americano foi exibida no Jornal Nacional ou publicada no portal G1 — apesar de o tema ter enorme relevância jurídica, política e jornalística.
O silêncio da maior emissora do país diante de um fato dessa gravidade levanta sérias questões sobre a imparcialidade e a seletividade da cobertura jornalística no Brasil. Quando as acusações eram convenientes para reforçar uma narrativa política, foram manchete. Agora, diante de uma informação que enfraquece essa narrativa, a omissão fala mais alto do que qualquer reportagem.
Para muitos, o caso Filipe Martins deixa claro que a grande mídia brasileira não está interessada em informar, mas em sustentar um discurso político único — e quando os fatos o contradizem, simplesmente são ignorados
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