O Comitê de Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou ao Brasil que impeça a criação de novas escolas cívico-militares no país. A sugestão, divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, de O Globo, atende a um pedido formalizado pelo PSOL.
A demanda partiu dos membros do partido em São Paulo, os irmãos Celso Giannazi e Carlos Giannazi, que criticam a expansão do modelo cívico-militar no estado durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Eles alegam que o formato pode violar princípios educacionais e direitos das crianças.
A recomendação da ONU faz parte do ciclo de Revisão Periódica Universal, um processo regular que avalia a situação dos direitos humanos nos países-membros da organização, realizado a cada quatro anos e meio.
Apesar da pressão internacional, o governo paulista segue firme no projeto. Em abril, a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo (Seduc-SP) anunciou a conversão de cem escolas públicas para o modelo cívico-militar a partir de agosto. A implementação, que inicialmente estava prevista para 2026, foi antecipada após decisão favorável do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para legitimar o processo, o estado promoveu consultas públicas envolvendo pais, responsáveis, estudantes maiores de 16 anos e profissionais da educação. Mais de 106 mil votos foram registrados, com aprovação expressiva: 87% dos participantes disseram "sim" às escolas cívico-militares. Em três unidades, a adesão foi unânime.
O embate deve continuar: de um lado, apoiadores veem o modelo como um sucesso no combate à indisciplina e na melhoria dos resultados educacionais; do outro, críticos alegam possíveis violações e tentam barrar a expansão.
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